Eu e Zé Lauro somos os especialistas em buchadas e paneladas deste emérito guia. Estamos sempre alertas – escoteiros – ao que de melhor possa sair das cozinhas botéquicas na seara das víceras e seus derivados. Assim sendo, nossa missão incansável é achar os melhores pratos da cidade, nem que isso custe o sono tranqüilo à noite ou a saúde da mucosa gástrica e das coronárias. Sempre avante, até o último Engov.Segundo Gurgel, meu amigo de dimensões antediluvianas, há um mito, uma lenda urbana, de que quando se quer arrazoar que uma panelada é boa e confiável, diz-se que é feita por “uma senhora”. É verdade que em muitos lugares, nunca se vê a tal velhinha asseada, que vive apenas na imaginação do sujeito que quer dormir sem o peso na consciência de ter ingerido alimento non-conforme vigilância sanitária. Mas esse não é o caso do Ponto Novo.
Lá a panelada realmente é feita por uma vozinha que de vez em quando dá o ar da graça. O bar é a extensão de uma casa (ou o contrário), com um amplo alpendre aberto no qual ficam as mesas. Nessa área, virada para a rua Soriano Albuquerque, corre um ventinho fresco a tarde toda. É, sem dúvida, um negócio familiar tocado pelos filhos da tal senhora.
O panelosa é feita com um tempero cuidadoso – que leva até pimenta de cheiro – e servida com um arroz soltinho e o pirão. Serve dois picaretas fácil.
A cerveja é gelada e o menu é o “pequeno que satisfaz”. Comi a moela frita, a carne de sol e a língua de boi e todos foram mais que aprovados.
Caia dentro
A panelada, sem dúvida. E nesses tempos de calor pra derreter, nada como uma cervejota e um ventinho na cara.
Caia Fora
O lugar não é muito feito pra funcionar como bar, então costuma fechar cedo.
Onde é:
Descendo na Soriano Albuquerque em direção à Aguanambi, fica a dois quarteirões antes do sinal com a rua Capitão Gustavo, do lado esquerdo.
>> S.Castor