Manifesto

A idéia deste blog-guia é listar bons lugares pra beber, comer e jogar conversa fora nesta cidade que vive à sombra do eixo Dragão do Mar/Praia de Iracema. A meta é fugir da uniformização massacrante, dos hypes predatórios e das contas extorsivas. Nada de bares de franquia ou restaurantes familiares. Lugares da moda nem pensar: a equipe deste guia é especializada em vasculhar os cantos esquecidos pelo “cidadão antenado”; estamos sempre em busca do tira-gosto perfeito, do idí­lio dos canalhas.

Brincadeira: a gente quer só tomar uma gelada em paz.

Ao eventual usuário deste guia, algumas dicas fundamentais para a apreciação desses Shangri-las etílicos:

– Utilize os locais com moderação. Não torre a paciência do dono com sua presença inoportuna várias vezes por semana. Paciência tem limite;

– Vá sem preconceitos e sem grandes expectativas. Você não encontrará a melhor picanha da cidade nesses lugares. É pra isso que existem as churrascarias mais caras;

– Não exija demais da higiene – da comida às instalações sanitárias. O prato é mal-lavado e o banheiro é sujo mesmo. Se tiver medo de contaminação, fique em casa jogando PlayStation;

– Evite grandes aglomerações humanas na sua mesa. Malthus já dizia: “Mesa de bar com mais de quatro pessoas é comí­cio”;

– Segredo é a alma do negócio. Não divulgue para pessoas potencialmente prejudiciais ao sagrado ambiente da birosca;

– Saiba sempre como se dirigir ao atendente. Evite palavras ofensivas como “por favor” e “obrigado”. O vocativo é fundamental: Profissional, Major, Mestre, Roberto Carlos, Natureza, Amigão, Jovem, Chefe etc. Jamais “Garçom”, mas sempre com respeito;

– Fique de olho no menu, mas não esqueça sempre de perguntar ao promotor de atendimento “O que é que tem bom hoje” ou o que ele recomenda (mas sem frescura);

– Ande sempre com dinheiro vivo. ɉ capaz de você apanhar se perguntar pelo VISA Electron;

– O mais, é aproveitar e sempre pedir a saideira antes de cair fora.