Arquivo do mês: junho 2007

BAR DO VENTURA

Neste dia nosso destino seria o bom e velho Chaguinha. No entanto o bom e velho Chaguinha escolheu aturar bêbados por profissão somente aos finais de semana, razão pela qual demos com os proverbiais burros n’água ao lá chegar.

Nossa matilha, mesmo decepcionada, não deixou o espírito bucaneiro se abater e já começou a procurar alternativas. Dando uma volta no quarteirão nos deparamos com um bar que, a primeira vista, reunia todas as condições necessárias ao nosso rendez-vous semanal. O local era, crianças, o Bar do Ventura aí do título.

Notem que eu usei a expressão “a primeira vista”. É que a partir daí a coisa não desenrolou do jeito que deve ser. O Bar do Ventura não vende nada a não ser líquidos: cerveja, água, refrigerante, etcoetera. O cara não tem um tira gosto que seja. Nada. Nichts. Nem uma maluquinha de menta. Nem um Xaxá de Abacaxi. Atônita e sem vontade de procurar outro lugar pra beber, a trupe de corsários resolveu apelar: pedimos uma pizza da quase tão derrubada “Pizzaria Maradona”. Essa deve ter sido a hora em que a minha nutricionista sentiu uma facada pelas costas: pizza baiana com cerveja (e depois dizem que não somos refinados), um manjar que contraria todas as regras modernas sobre o que comer. Não posso afirmar que foi a melhor escolha, mas dentro do cenário que se desenhava, era a única e até que a coisa toda não desceu tão ruim assim. Além disso, sacamos uns espetinhos de um ambulante das redondezas. Nada memorável.

A única nota positiva, fora a cerveja, que justiça seja feita, estava dentro dos conformes (como é de praxe por aqui), foi perceber que nosso pequeno recanto alencarino está merecendo a devida atenção das grandes corporações. Prova maior disso está na edição especial que a Johnny Walker fez do seu best-seller, Red Label, para o mercado cearense: uma garrafa trabalhada e que traz um belo caranguejo envolvido pelo malte escocês. Tentamos tomar uma dose do manjar, mas o Ventura explicou que aquela edição era limitada e que vagabundo não queimava os beiços com aquele ali não.

Pena. Fica a esperança de que topemos com outra dessas garrafas por aí.

Caia Dentro:

As reminiscências da juventude estimuladas pelo ambiente da Praça da Escola Técnica. Se você gosta de pizza, tem a Maradona do lado.

Caia Fora:

Não ter tira gosto é contra as regras dessa Confraria. Um verdadeiro acinte à equipe do Biroscas.

Onde é:

É na rua das costas da Pracinha da Escola Técnica. Quase em frente a própria.

>> J. da Manibura

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CASA BRANCA

 

(Notar a forma de escrita rebuscada de nosso anfitrião. Principalmente o último item: supostamente 2 Long Necks)

Já tínhamos visitado oficialmente as quadradezas do Mercado dos Pinhões uma vez. A birosca daquela ocasião tinha sido O Cazuza que, de tão fraco, não mereceu nem o review do guiazinho. Aí ficou um certo trauma. Mas sabe bem o leitor que bêbado é bicho sem memória e sem dignidade e, como cururu ao pé do pote, volta obstinadamente aos locais onde sofreu enxovalho.

Lirismo pungente à parte, fomos de novo ao Mercado. Desta vez tentar a sorte em outra birosca, o Casa Branca.

A noite abriu cedo na extraordinariedade de uma quinta-feira. E abriu bem, com a presença de convidados especiais que tinham ido ver, como no zôo, a nossa equipa in natura. O cardápio era oral (como manda a tradição botéquica) e foi anunciado por Chico comandante-em-chefe da taberna. Era simples como um ovo frito: bisteca bovina e de porco, panelada e camarões. Ele não anunciou, mas vimos logo nas outras mesas que estava saindo uma canja servida no copo americano. Abrimos então com o consomé de galináceo, que estava supimpa.

Eu e Zé, os únicos afeitos a liposidades, comandamos em seguida a panelada, que só passava do mediano pelo seu caldo um pouco mais grosso. A bsiteca de porco foi apreciada até pelos comensais de hábitos judaicos e os camarões, que não comi, foram rapidamente devorados e repetidos – o que deve ser um bom sinal.

O Chico embolsou uma féria boa nesse dia e limpou o freezer de cervejas. Sairíamos com a última 600ml da casa não tivesse nosso convidado Tales, The Human Torch, arranjado mais duas longuenétes escondidas.

Em tempo, o Prêmio Osso de Bisteca da noite foi concedido a Zé Lauro por abandonar o campo antes do final do primeiro tempo.

Bom botequim. Este cururu com certeza volta.

Caia Dentro:
A bisteca de porco e os camarões enchem o buraco do dente com grande estilo.

Caia Fora:
A população de pedintes e meliantes locais, pelo menos na noite em questão, era das mais insistentes e chatas.

Onde é:
Pegue a Nogueira Acioly no sentido sertão-praia. A birosca fica quase em frente ao Mercado do Pinhões, do lado esquerdo.

>> S.Castor

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Arquivado em Praia de Iracema

BÁ DU BEL

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Não amigoles, BÁ DU BEL não é o bar do cantor careca do chiclete com banana. Tampouco é o correlato do BA DU DÉ no Bairro de Fátima. É, pra ser sincero, um bar bem superior àquele seu quase xará na Aldeota.

Superior em muitos aspectos. A começar pelo ambiente com alma de botequim, nas cercanias da Aguanambi. O cardápio é modesto e honesto, ou seja, tem tudo o que oferece: da maminha (desnaturada) à embalagem de quentinha, passando por belas costelinhas de porco e feijão verde na média. O queijo vem redondo no prato, e desce da mesma maneira. Por descuido, não degustamos o espetinho de frango (o nosso especialista no setor estava indisposto).A atração da noite foi a televisão exibindo o DVD do Raça Negra ao vivo no GRESSE. Interessante ver que todos os membros da cáfila de etilistas conhecia uma ou duas canções do grupo, com exceção de J. da Manibura. Ele conhecia todas. Kleuds gostou[gozou] em especial do momento que o cantor se enrolou numa bandeira branca, azul e vermelha convenientemente entregue por alguém da platéia.

Depois da lambança, fomos tirar o gosto no Arlindo. O mesmo Arlindo que espera há 17 semanas por uma resenha a ser escrita por Zé Lauro, o Terror do NPD.

Caia Dentro:
O lugar é brem tranquilo na semana, o atendimento prestimoso e o serviço, rápido. O DVD do raça negra é o melhor da coleção.

Caia Fora:
Os outros DVDs que rolam podem não agradar gostos mais requintados.

Onde é:
Sobre o viaduto da 13 de Maio, no sentido Aldeota-Benfica, desça usando a alça que fica à direita. Siga pela rua direto uns três quarteirões. O bar fica à esquerda, ao lado do Bar do Railson, quase atrás do Raimundo Faz Tudo da Aguanambi.

>> S.Castor

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Arquivado em Bairro de Fátima

MANEL BARRIGA

Malvados por André Dahmer

Dessa vez fomos levados pelo príncipe da Manibura para uma excelente taberna nas proximidades do seu reino. É o local de escolha de Sêo Samuel, pai do nosso presbítero J., e rei da Manibura. Fomos pra constatar que o monarca realmente sabe onde beber.O recanto do Ceará Sporting Club na jóia da periferia fortalezense se esconde sob a sombra de uma mangueira frondosa. Manel, O Barriga, comanda com seu espírito bucaneiro um bar que reúne a nata Maniburense e não deixa faltar tira-gostos os mais gordurosos para os assíduos. A não ser na quarta-feira.

Nosso revés deu logo as caras quando o garçom – um jovem cooperativo, de uns 97 quilos – gritou lá pra dentro da cozinha:

Mãe, tem o que pra comer?

Ao som da resposta negativa a equipe quis fraquejar. Era questão de honra comer algo que fosse. Graças a São Meliante (padroeiro dos tonéis de carvalho), nossa inquietação foi amainada pela mãe do major, que logo apareceu oferecendo um bife acebolado que sobrara da janta para nós jovens em fase de crescimento. E o tal do bife fez sucesso.

Quatro rodadas de bife acebolado depois, decidimos que tinhámos de voltar lá outro dia. Talvez num final de semana, para apreciar a promessa de uma tarde de suculências. O cardápio oferece a famosa galinha à caipira (a melhor do bairro), panelada e carneiro na brasa. Vamos sim, e vamos logo.

Caia Dentro:
A boa-vontade dos propietários salvou a noite. O ambiente é daqueles onde os vizinhos se encontram. Ideal para aplicar uns penduras.

Caia Fora:
Só em dias específicos é que se pode desfrutar do variado cardápio.

Onde É:
Vindo pela Washington Soares em direção à Messejana, dobre à direita na rua imediatamente após a Tok Stok.
Após a segunda lombada, dobre na segunda à esquerda. Sem erro.

>> S.Castor 

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BAR DO CIÇO

Se há um bar cuja essência reflete exatamente o espírito que esta trupe tenta reunir semanalmente, o local, nas teorias medievais, seria o Bar do Ciço. É o tipo do canto em que os fregueses cativos têm até cadeira própria, com direito a personalização e o escambal. Não bastasse isso, anualmente são eleitos os Presidente e Vice-Presidente do bar, escolhidos entre seus freqüentadores assíduos, com direito a fotografia na parede, como bem reza a praxe.O ambiente é agradável, principalmente considerando que se trata de um bar “rústico” em pleno coração da Aldeota. Normalmente não está cheio – particularmente, nunca o vi lotado, por sinal – mas possui um movimento básico. Obviamente, na maior parte do tempo não dá para “limpar a vista”, até porque os habituées provavelmente votaram em Jânio para Presidente da República.

O cardápio é limitadamente razoável, com os nomes dos pratos prestando a justa homenagem aos regulares clientes, e os preços até mereceriam uma condecoração do DECON por serem tão acessíveis e nobres.

Se você é mais uma vítima das circunstâncias e acaba ficando limitado à circunscrição geopolítica da Aldeota, é uma opção deveras interessante. Não deixe de conferir!

Caia dentro:
Quando disponível, a piaba frita é uma maravilha! Vá também de tábua de frios que, servida de iguarias mais módicas, não decepciona.

Caia fora:
Se você é daquele tipo de malaca que fica no bar até o bronze do sol raiando começar a valer a pena, esqueça o local! Fecha cedo, até porque a terceira idade se recolhe cedinho…

Onde é:
Fica na esquina da Tibúrcio Cavalcante com uma ruazinha chamada Padre Quinderé. No sentido da Tibúrcio, fica um quarteirão antes do início da Padre Antônio Tomaz e um quarteirão depois da Torres Câmara. É logo ali, pertinho da antiga morada de Edilson, onde o capote nunca voou…

>> Kleudson 

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